• Home
  • Treinamentos e Livros
  • Materiais Gratuitos
  • Blog
  • Home
  • Treinamentos e Livros
  • Materiais Gratuitos
  • Blog

Constelação Familiar e Criança Interior: Como Suas Feridas de Infância Ainda Comandam Sua Vida Adulta

  • janeiro 30, 2025
  • Cosmicamente

Você já se pegou repetindo padrões destrutivos mesmo sabendo que são prejudiciais? Já sentiu que, apesar de toda terapia e autoconhecimento, ainda reage de forma infantil em certas situações? Ou talvez tenha a sensação de que existe uma criança ferida dentro de você que sabota seus relacionamentos, carreira e decisões importantes?

Se essas perguntas tocaram algo profundo em você, não está sozinha. A verdade é que a maioria dos adultos carrega feridas de infância não resolvidas que continuam influenciando suas vidas de formas que nem sempre percebemos.

Este artigo explora, através da experiência de Érika Maldonado — especialista em Constelação Familiar e Cura da Criança Interior — como essas feridas se manifestam na vida adulta e, mais importante, como podemos finalmente curá-las de forma efetiva.

A Verdade Incômoda: Você Nunca Cura 100% as Feridas

“A gente nunca cura 100% as feridas. Elas ficam ali. Qualquer gatilho, qualquer machucadinho que vem em cima, dói de novo.”

Érika começa com uma afirmação que pode chocar quem busca a “cura completa”: não existe cura total das feridas de infância. Mas isso não é desalento — é realismo terapêutico.

Como ela explica: “É igual quando você machuca algo, rala o cotovelo muito feio. Vai ficar uma cicatriz. Toda vez que você olha, lembra.”

A diferença entre quem trabalha suas feridas e quem não trabalha não está na ausência da dor, mas na consciência dela. Quando você sabe que tem uma ferida específica — como injustiça, abandono ou rejeição — você consegue identificar quando ela está sendo ativada e responder de forma mais madura.

Como Identificar Se Você Está na Postura “Criança” ou “Adulto”

A Técnica do “Observador Externo”

Érika ensina uma ferramenta poderosa para autoconhecimento: sempre se coloque como observador da situação.

Como funciona:

  • Imagine que você está assistindo um filme da sua própria vida
  • Observe suas reações sem julgamento
  • Pergunte-se: “Essa pessoa está agindo de forma madura ou infantil?”

Por que funciona: Quando estamos dentro da situação, nossa tendência é nos defender e justificar. De fora, conseguimos ver padrões mais claramente.

Sinais de Que Você Está na “Postura Criança”:

Emocionais:

  • Insegurança excessiva sobre capacidades reais
  • Medo paralisante do julgamento de outros
  • Dificuldade extrema para dizer “não”
  • Querer tudo “para ontem” (imediatismo)
  • Necessidade constante de aprovação externa

Comportamentais:

  • Evitar decisões importantes por medo de errar
  • Repetir padrões destrutivos mesmo sabendo que são prejudiciais
  • Fazer tudo sozinho mas de forma desorganizada e exaustiva
  • Culpar outros pelas próprias escolhas
  • Ficar “perdido” quando tem muitas opções

Relacionais:

  • Dificuldade com relacionamentos amorosos saudáveis
  • Problemas com autoridade ou figuras de poder
  • Tendência a assumir papel de “vítima” em conflitos
  • Relacionamento complicado com dinheiro

Sinais de Que Você Está na “Postura Adulto”:

  • Racionalidade sobre emoção: Você sente, mas não é dominado pela emoção
  • Planejamento consciente: Consegue priorizar e organizar ações
  • Responsabilidade pessoal: Assume consequências sem culpar outros
  • Decisões baseadas no que “precisa” fazer, não apenas no que “quer”
  • Capacidade de postergar gratificação quando necessário

As Duas Dimensões da Cura: Sistêmica + Individual

Érika trabalha integrando Constelação Familiar com Cura da Criança Interior porque são abordagens complementares:

Constelação Familiar: A Dimensão Sistêmica

Foca em padrões ancestrais:

  • Questões que você repete da sua linhagem familiar
  • Dinâmicas entre gerações que se perpetuam
  • O que você “herdou” energeticamente dos seus antepassados

Exemplo prático: Todas as mulheres da sua família têm dificuldade com dinheiro. Você repete o padrão mesmo tendo conhecimento financeiro.

Criança Interior: A Dimensão Individual

Foca nas suas feridas específicas:

  • Como você interpretou e internalizou as experiências da infância
  • Que “verdades” sobre si mesmo você criou quando criança
  • Quais necessidades não foram atendidas na época certa

Exemplo prático: Você tinha pais amorosos, mas sempre foram muito críticos. Hoje você é adulto bem-sucedido, mas tem pavor de feedback.

As Cinco Principais Feridas da Criança Interior

1. Rejeição

  • Origem: Falta de afeto, carinho, atenção dos pais
  • Manifestação adulta: Necessidade excessiva de aprovação, dificuldade de se posicionar
  • Gatilhos: Qualquer sinal de desinteresse ou frieza do outro

2. Abandono

  • Origem: Pais ausentes física ou emocionalmente
  • Manifestação adulta: Dificuldade de confiar, medo de ser deixado para trás
  • Gatilhos: Parceiros que precisam de espaço, amigos que demoram para responder

3. Injustiça

  • Origem: Punições desproporcionais, comparações, favoritismo
  • Manifestação adulta: Necessidade compulsiva de justificar tudo, raiva de “incompetência”
  • Gatilhos: Situações onde você se sente tratado de forma desigual

4. Traição/Desconfiança

  • Origem: Promessas quebradas, mentiras, inconsistência dos cuidadores
  • Manifestação adulta: Dificuldade de confiar, hipervigilância
  • Gatilhos: Mudanças de planos, palavras que não condizem com ações

5. Humilhação

  • Origem: Ser ridicularizado, comparado negativamente, envergonhado
  • Manifestação adulta: Perfeccionismo excessivo, medo de errar publicamente
  • Gatilhos: Situações onde você pode ser julgado ou avaliado

Por Que Não Podemos “Esquecer” o Passado

“Esquecer é excluir. E quando tem exclusão, a gente só se ferra.”

Érika é categórica sobre uma tendência moderna perigosa: tentar “apagar” o passado difícil.

O Problema da Exclusão:

  • Aquilo que excluímos, repetimos: O que não olhamos tende a voltar de forma ainda mais intensa
  • Perda de aprendizado: Experiências difíceis contêm sabedoria valiosa
  • Fragmentação interna: Rejeitamos partes de nós mesmos

A Abordagem Correta: Ressignificação

Em vez de: “Vou esquecer que meu pai me abandonou” Faça: “Meu pai me abandonou, mas me deu o principal: a vida. Que feridas ele carregava que o impediram de ser mais presente?”

Em vez de: “Não quero mais lembrar da minha infância difícil” Faça: “Minha infância foi difícil, mas me ensinou a ser resiliente e independente”

O Conceito Sistêmico: Você É 50% Pai + 50% Mãe

“Nós somos 50% o nosso pai e 50% a nossa mãe. Você só vai estar 100% quando se sentir abastecido da sua força.”

Como Isso Funciona na Prática:

Se você julga seu pai: Você rejeita 50% da sua própria força Se você julga sua mãe: Você rejeita os outros 50% Se você não “toma” nenhum dos dois: Você opera com déficit energético constante

O Processo de “Tomar os Pais”:

Não significa concordar com tudo que fizeram, mas:

  • Reconhecer que eles fizeram o melhor que conseguiam com os recursos que tinham
  • Aceitar que eles também carregavam feridas das suas próprias infâncias
  • Honrar o fato de que, através deles, você recebeu a vida
  • Integrar os aspectos positivos que você herdou de cada um

Importante: Este é um processo diário e contínuo, não um evento único.

A Criança Interior: Lado Luz vs. Lado Sombra

Lado Luz da Criança (Para Ser Integrado):

  • Criatividade: Ideias inovadoras, pensamento fora da caixa
  • Espontaneidade: Capacidade de se divertir e ser autêntico
  • Curiosidade: Vontade de aprender e explorar
  • Intuição: Percepções que a mente racional não alcança
  • Alegria: Capacidade de se emocionar com coisas simples

Lado Sombra da Criança (Para Ser Cuidado):

  • Imediatismo: Querer tudo “para ontem”
  • Irresponsabilidade: Não medir consequências
  • Dependência: Esperar que outros resolvam seus problemas
  • Reatividade: Explosões emocionais desproporcionais
  • Insegurança: Dúvida excessiva sobre próprias capacidades

O Diálogo Interno: Como Conversar com Sua Criança Interior

Técnica do Diálogo Consciente:

1. Identifique quando sua criança está no comando

  • Você está reagindo emocionalmente?
  • Está evitando responsabilidades?
  • Sente medo desproporcional à situação real?

2. Faça uma pausa e “converse” com ela

  • “Entendo que você está com medo, mas agora preciso que você me deixe cuidar disso”
  • “Obrigado(a) pelas ideias criativas, mas agora vou organizar prioridades”
  • “Sei que isso te lembra algo doloroso do passado, mas a situação atual é diferente”

3. Assuma o comando como adulto

  • Tome a decisão baseada na razão, não apenas na emoção
  • Aja pensando nas consequências de médio e longo prazo
  • Mantenha-se centrado mesmo que a criança queira “fazer birra”

Exemplo Prático:

Situação: Você quer sair do emprego para empreender Criança: “Quero sair agora! Odeio esse trabalho!” Adulto: “Entendo sua frustração, mas vamos primeiro organizar as finanças, fazer um plano e aí sim sairemos de forma responsável”

Por Que Não Conseguir Fazer Dieta É Questão Emocional

Érika usa o exemplo da dificuldade para fazer dieta para ilustrar como feridas emocionais se manifestam em comportamentos aparentemente “simples”.

A Equação Real:

Todo pensamento gera um sentimento Todo sentimento gera um comportamento

Pensamento: “Preciso comer um doce porque estou morrendo de vontade” Sentimento: Ansiedade, vazio emocional Comportamento: Come o doce

A Intervenção:

Sistêmica: Descobrir que ferida está sendo ativada (ex: solidão que remete à falta de afeto materno) Cognitiva: Comandar conscientemente o pensamento: “Não vou comer agora. É o mesmo esforço mental” Prática: Preencher o vazio emocional com autoafeto em vez de comida

O Exercício Prático de Reconexão

Érika conduz um exercício poderoso de visualização para reconectar com a criança interior:

Etapas do Exercício:

  1. Coloque-se em um lugar onde se sinta livre e seguro
  2. Observe sua criança caminhando em sua direção — mas ela para a certa distância
  3. Identifique como ela está: Triste? Com raiva? Machucada?
  4. Reconheça o abandono: “Sinto muito se te deixei sozinha aqui no passado”
  5. Faça o convite: “Preciso que você venha comigo”
  6. Estabeleça a parceria: “Só vai ter graça se você vier comigo”
  7. Proponha a cura: “Chegou a hora de curar a doença”
  8. Celebre o reencontro: Abracem-se simbolicamente

Sinais Durante o Exercício:

Se você sentiu desconforto: Indica feridas que precisam ser trabalhadas Se a criança estava triste: Mostra questões de abandono ou rejeição Se foi difícil visualizar: Pode indicar desconexão severa que precisa de acompanhamento profissional

Ferramentas Práticas para o Cotidiano

1. Âncoras Visuais

  • Mantenha uma foto sua criança visível
  • Use objetos que remetam à infância de forma positiva
  • Crie um “altar” simbólico para sua criança interior

2. Rituais de Conexão

  • Ouça músicas da sua infância
  • Assista filmes/desenhos que você gostava
  • Pratique atividades lúdicas sem objetivo produtivo

3. Perguntas de Autoavaliação Diária

  • “Estou tomando decisões baseadas no que preciso ou no que quero?”
  • “Minha reação foi proporcional à situação real ou está misturada com algo do passado?”
  • “Estou assumindo responsabilidade ou culpando outros?”

4. O Teste dos 50%

  • “Estou me sentindo abastecido pela força do meu pai?” (autoridade, direção, proteção)
  • “Estou me sentindo abastecido pela força da minha mãe?” (acolhimento, nutrição, cuidado)
  • “Onde sinto falta? O que preciso trabalhar?”

Quando Buscar Ajuda Profissional

Sinais de Que Você Precisa de Acompanhamento:

Padrões Repetitivos Severos:

  • Relacionamentos que sempre terminam da mesma forma destrutiva
  • Sabotagem sistemática de oportunidades profissionais
  • Vícios ou comportamentos compulsivos

Sintomas Emocionais Intensos:

  • Ansiedade ou depressão que interfere no dia a dia
  • Raiva desproporcional a situações cotidianas
  • Isolamento social extremo

Incapacidade de Funcionar:

  • Não conseguir manter trabalho ou relacionamentos
  • Decisões importantes sempre postergadas por medo
  • Sensação de estar “travado” na vida

A Jornada É Diária e Eterna

“O processo de tomar os pais é um processo diário e eterno. A gente tem que desconfiar de quem fala ‘eu já tomei meus pais’ porque a palavra tomar significa aceitar 100% de tudo, e isso é muito desafiante.”

Por Que É Um Processo Contínuo:

  1. Novas situações ativam feridas antigas em contextos diferentes
  2. Relacionamentos íntimos tendem a despertar nossas questões mais profundas
  3. Fases da vida trazem desafios que podem reativar inseguranças da infância
  4. Stress e pressão nos fazem regredir a padrões mais primitivos

Como Encarar Essa Realidade:

Não como falha: “Por que ainda sinto isso se já trabalhei tanto?” Mas como humanidade: “É natural que feridas antigas se ativem em novas situações”

Não como retrocesso: “Voltei à estaca zero” Mas como refinamento: “Agora posso perceber nuances que antes não via”

O Passado Não Fica no Passado — E Isso É Bom

“O passado não fica no passado. Muito do que a gente vive hoje é projeção do que já vivemos.”

Por Que Essa É Uma Boa Notícia:

  1. Você pode entender padrões atuais olhando para experiências passadas
  2. Cada situação presente é uma oportunidade de cura
  3. Você não está condenado — tem ferramentas para mudar
  4. Suas experiências difíceis contêm sabedoria valiosa

Como Usar Isso a Seu Favor:

Quando sentir uma reação desproporcional, pergunte:

  • “Isso me lembra de quê da minha infância?”
  • “Que ferida está sendo ativada aqui?”
  • “Como meu adulto pode cuidar dessa situação de forma diferente?”

Para Reflexão: Onde Você Está Olhando?

Érika usa uma metáfora poderosa: imagine que o presente está na sua frente, o futuro à sua frente, e o passado atrás de você.

Se você tem questões não resolvidas no passado, inconscientemente você fica “virado para trás” — sua energia está presa tentando resolver algo que já aconteceu, em vez de estar disponível para o que está acontecendo agora e o que pode acontecer à frente.

Perguntas para reflexão:

  • Em que situações você sente que está “preso” no passado?
  • Que padrões você está cansado de repetir?
  • Se sua criança interior pudesse falar, o que ela diria que mais precisa de você agora?
  • Como seria sua vida se você conseguisse integrar a criatividade e espontaneidade da criança com a responsabilidade e sabedoria do adulto?

A Cura Como Integração, Não Eliminação

A proposta de Érika não é “matar” a criança interior, mas integrá-la de forma saudável. Sua criança carrega dons preciosos — criatividade, espontaneidade, capacidade de alegria — que você não quer perder.

O objetivo é:

  • Deixar o adulto no comando das decisões importantes
  • Permitir que a criança contribua com sua criatividade e intuição
  • Cuidar das feridas para que elas não sabotem sua vida
  • Honrar sua história sem ficar preso nela

Como Érika resume: “A gente nunca vai ter resultados na vida adulta se essa adulta não olhar para trás e falar: ‘Vamos lá, deixa eu dar uma olhadinha no que aconteceu lá atrás. Estou disposta a passar por esses desconfortos.'”

A jornada de cura da criança interior não é sobre se tornar invulnerável — é sobre se tornar consciente. É sobre transformar feridas em sabedoria e permitir que todas as partes de você trabalhem em harmonia.


Este artigo foi baseado na conversa entre Érika Maldonado e o podcast Cosmicamente, explorando aspectos práticos da Constelação Familiar e Cura da Criança Interior. Para mais conteúdos sobre desenvolvimento pessoal autêntico e ferramentas terapêuticas efetivas, continue acompanhando nossa jornada de autoconhecimento real.

Lembre-se: cura não é sobre perfeição — é sobre consciência, responsabilidade e integração.

Foto de Cosmicamente

Cosmicamente

Mais Posts

Ayahuasca e Medicinas da Floresta: O Que Ninguém Te Conta Sobre Esta Jornada de Cura

Como o Yoga Transforma o Caos em Equilíbrio

Como Ser um Gigante nas Lutas, Boxe, MMA, Muay Thai e Jiu-jítsu

Categorias
  • Astrologia
  • Autoconhecimento
  • Ayahuasca
  • Constelação Familiar
  • Cosmicamente
  • Criança Interior
  • Espiritualidade
  • Orações
  • Podcast
  • Tarot
  • Yoga

Assine nossa Newsletter

AnteriorAnteriorO Tarot Como Ferramenta de Autoconhecimento e ChatGPT
PróximoPrevisões Astrológicas para 2025: O Ano que Vai Revolucionar Todos os SignosPróximo